A pandemia do coronavírus vem mudando a nossa relação com nossos lares.
Mais do que nunca, estar em casa se tornou sinônimo de segurança e também fez com que as pessoas passassem a desejar algumas mudanças no ambiente.
Mas não é de hoje que as obras residenciais vêm crescendo em todo o país. Em 10 anos, esse tipo de construção teve aumento significativo, ocupando o primeiro lugar em participação no número de obras no país: enquanto em 2010, representava 20,6%, subiu para 25,7% em 2019, passando à frente de obras de infraestrutura, antes em primeiro lugar.
Mais espaço, mais possibilidades de contato com a natureza, ambientes adequados para o trabalho e para o lazer. Tudo isso tem ganhado um peso muito maior para as famílias e uma das consequências foi a retomada da preferência por residências na hora de construir um lar.
Valorização de mercado
Outro benefício de optar pela construção de uma casa, é a alta na valorização dos imóveis. “Normalmente, um imóvel pronto já tem uma valorização de 30% a 40%, mas atualmente, esse percentual chega a mais de 50%”, afirma o diretor da Âmago Construtora, de Chapecó (SC), Andrey Fabre. Ele explica que isso ocorre porque o tempo de construção também está maior, devido ao aumento do custo de insumos, equipamentos e mão de obra no setor.
Em relação aos custos, o diretor comenta que quem pensa em construir e está aguardando uma redução dos preços, deve se antecipar. “Os valores ainda estão aumentando e ainda há muito déficit de materiais, portanto o ideal é começar a construir o quanto antes, pois os preços tendem a estabilizar, mas não diminuir”, comenta.
Com essa demanda de quem está esperando a pandemia acabar para construir, a previsão é de que o setor cresça ainda mais. “O mercado é promissor e está muito aquecido, a expectativa é de crescimento de até 40% a 50% até o fim do ano e no ano que vem”, comemora Fabre.
Personalização é uma das vantagens de construir
Uma das maiores vantagens em construir um imóvel é poder tirar do papel os sonhos e objetivos, do jeito que a família sempre quis, com ambientes personalizados e funcionais às necessidades de cada integrante. “A residência traz a essência da família e muito do que a pessoa quer para si, como quer aproveitar suas horas de lazer e trabalhar também, que agora é muito forte o home office”, afirma o diretor.
Com isso, uma grande tendência tem sido a construção em condomínios fechados, que permitem maior segurança e maior contato com a natureza, além de muitos oferecerem opções de lazer e infraestrutura completa. Fabre estima que cerca de 50% das residências construídas pela Âmago são feitas em condomínios fechados em Chapecó.
Casa dos sonhos
Seguindo as tendências, uma família chapecoense investiu no conforto e segurança do seu lar escolhendo construir uma residência em um condomínio fechado.
Morada de um casal, sua filha e o cachorrinho da família, a casa se destaca pelo conceito diferenciado, um verdadeiro desafio para a arquiteta Lia Hermmann, que precisou unir os desejos um tanto quanto divergentes dos proprietários. “Ele queria muito um chalé, que remetesse às suas origens e infância, enquanto ela queria uma casa mais contemporânea e minimalista, com linhas retas e leves”, comenta a arquiteta.
A modernidade da residência fica por conta das linhas retas, visíveis tanto interna quanto externamente, além dos tons de preto, branco e cinza, que remetem a uma casa de campo mais natural. A parte do Chalé se integra utilizando o concreto queimado e elementos como os ferros preto e forjado e o tijolinho, que remete diretamente ao aconchego.
Outro grande destaque que dá o tom à casa é a utilização da madeira natural, elemento que vem ganhando cada vez mais espaço na construção civil graças aos avanços tecnológicos para o uso da madeira de reflorestamento.
Dados da Indústria Brasileira de Árvores (IBÀ), apontam que o setor encerrou 2019 com US$ 10,3 bilhões de saldo na balança comercial e mais de 9 milhões de hectares de plantação.
A solução encontrada resultou em um projeto único, que une características de elementos arquitetônicos bem distintos e que se integra ao espaço e à natureza, o que era outro requisito da família, juntamente com a valorização das vistas, pensada para que a residência receba a luz natural.
“Criamos na parte superior um mezanino, que permite a vista para o pôr do sol e para o lago. Então dentro da residência, é um espetáculo à parte tanto no amanhecer quanto no entardecer”, revela a arquiteta.
Imagens cedidas: Lia Herrmann por Lucas Daga
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